segunda-feira, 26 de maio de 2014

Triatlo do Fundão

No Sábado, dia 24 de Maio, fui participar no Triatlo do Fundão, o primeiro que fiz esta época.


Podia aqui descrever a prova... mas em vez disso vou falar do João Garcia, Alpinista.

Poderão perguntar: mas que tem o João Garcia a ver com o Triatlo?? Eu respondo: tudo!

Primeiro porque o João Garcia foi, e é, Triatleta. E um Triatleta nunca deixa de o ser. Tal como um Alpinista nunca deixa de o ser.

Segundo porque a última vez que participei no Triatlo do Fundão, em 2009 se não me falha a memória, estávamos ambos no mesmo clube, justamente o Clube de Triatlo do Fundão. E lembro-me bem de, na corrida final, ter corrido ao lado dele e termos trocado umas palavras, ou não fossemos nós colegas de clube. Mas palavras de ânimo e amizade nunca faltam neste ambiente triatlético, independentemente de clubismos.

Terceiro porque o João Garcia é para mim um exemplo, um modelo, de uma pessoa "normal", que resolveu viver uma vida "fora do normal". O conceito de "normal" varia de pessoa para pessoa, mas acho que é consensual que o estilo de vida do João Garcia é anormalmente espectacular! Não porque sobe montanhas... mas porque tinha um sonho e lutou por ele, tudo fez, e logrou, para o concretizar.

O João Garcia assume-se como um "follower" e diz que não tem por hábito ter "ídolos", mas apenas referências que aprecia. Pois o João Garcia para mim é um "ídolo" à sua maneira, porque o considero uma referência no nosso pequeno Portugal, de alguém que se tornou do tamanho das montanhas todas que subiu, e um dos raros homens (no lote restrito de 10 pessoas no mundo inteiro) a ter subido as 14 montanhas mais altas do mundo sem recurso a oxigénio artificial. Sem "doping", portanto...

Mas o João Garcia é, antes de mais, uma pessoa como nós... e é por isso que o admiro. É a personificação da simplicidade e da humildade, sem falsas modéstias, e sobretudo um tipo com quem se pode falar de igual para igual. É pelo menos essa a sensação que tenho. Sobretudo, é mobilizador e motivante em tudo o que nos diz, por mais simples que possa parecer... E isso cativa, e incentiva.

Tudo isso transparece nos seu livros, que eu li, até mais do que uma vez. O último só confirma tudo o que penso dele.

Obrigada João, pela pessoa que és, por teres lutado pelos teus sonhos, por admitires os teus erros, e por continuares a viver a tua vida da forma que gostas!


Vou em breve "subir" o meu 4º "8000"... Não está fora de hipótese um dia escalar o meu "Evereste"... Para isso vou continuar a subir "montanhas" ao meu jeito, a pulso... Lá no alto estou sempre sozinha, mas em todo o caminho vou muito bem acompanhada... Quem interessa sabe a que me refiro...

"À chacun son Everest..."

Quanto à prova do Fundão... As duas imagens que aqui deixo valem mais do que 1000 palavras:

A paixão que me move
As sensações que ficam!

O João Garcia não irá com certeza ler o que aqui escrevi, mas para mim é como se lho tivesse dito à volta de uma mesa, a tomar um café!

Outro português que também admiro, escreveu o seguinte sobre João Garcia, resumindo tudo:

"Penso em João Garcia, na sua determinação em viver com qualidade de vida, porque “qualidade de vida” não é o todo-terreno para o engarrafamento matinal cinco dias por semana, nem poupar no preço daquilo que se come para gastar naquilo que se mostra. “ Qualidade de vida” não são os quatro apelidos e três nomes próprios do filho varão, nem a lista de espera de 2 anos para a creche, nem o T1 de luxo entrincheirado no horror paisagístico que caracteriza a paisagem portuguesa em geral e a grande Lisboa em particular. “ Qualidade de vida” não é a música que bate na cabeça no sábado à noite, a amena cavaqueira com o copinho de uísque na mão, o livro que não se lê, a decisão que não se toma.”Qualidade de vida “é ter um sonho e viver por ele, é fazer como o João Garcia, que é de uma raça antiga que se vai diluindo sem apelo nem antídoto nas compras do hipermercado no domingo à tarde."

 (Gonçalo Cadilhe, Planisfério Pessoal)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

LIBERDADE: III Audace Movefree Series

Uma manhã de Domingo passada a fazer o que mais gostamos...


Em belas paisagens saloias e do Oeste...

Serra e mar...

Brisa e sol...

Subidas e descidas...

A pedalar, mas também a saber parar...


Relógios a andar, mas o nosso "cronómetro" sem funcionar...

Sem pressas, mas sem pastelar...

E umas subidas valentes para desenferrujar...

Fotógrafo de luxo, e companhia de luxo!


Que mais se há-de desejar???

That's what life is all about...

What else??



"Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca..."

(Fernando Pessoa, Liberdade)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Duatlo de Torres Vedras - Gone with the wind!

Já não fazia um Duatlo desde Fevereiro...

O convívio com a equipa era o que mais me estava a faltar, bem como o desafio em si, ainda por cima na distância Standard, uma espécie de distância olímpica dos Duatlos: 10k de corrida inicial seguidos de 40 no ciclismo e mais 5k de corrida final. Junta-se a isso um vento anormalmente forte (se bem que ele dura há já vários dias...), e está dada a receita para um grande empeno!


Mas nem só de empenos vive um "atleta" e/ou "desportista"... Esta "espécie de desportista" alimenta-se de sorrisos, desafios, convívio, gargalhadas, palavras de incentivo dadas e recebidas, apreço dos familiares dos outros atletas, sejam eles de que clube forem...

Esta desportista alimenta-se de sensações, de prazer e de dor tudo à mistura, pois é a tolerância à dor, cada vez maior, que nos dá sempre mais força para continuar; é a resiliência que nos impele para a frente, é a vontade que comanda as pernas, mesmo quando elas não querem correr mais...

É inegável que a superação de obstáculos transmite uma sensação de realização pessoal no final, uma sensação de YES I CAN, que mais ninguém pode avaliar senão nós... Porque mais ninguém sente o que sentimos. Cada um sente o que sente, e a dor para mim não é dor... é desafio! É o diabinho a dizer "Stop" e eu a dizer "No way"!

E assim fui impelida para a frente, não tanto nos 10kms iniciais, em que tive sensações positivas, mas na bicicleta onde o vento foi um inimigo para todos, que se tornava aliado quando soprava pelas costas! Tive uma ajuda preciosa de um atleta dos AHBE, que fez questão de resguardar do vento durante bastante tempo. Um bem Haja para ele!

E mais  impelida fui pela determinação quando passei para os 5k finais de corrida, que foram uma prova de fogo para pernas e pés escaldados, tal o calor que se fazia sentir... 5k que pareceram 15... A fadiga que se instala é indescritível, nesta variante violenta que se chama Duatlo Standard...

Mas nada disso tem importância quando cortamos a meta, sempre bem acompanhados e de sorriso estampado no rosto!

A fadiga desvanece-se nos momentos passados, e... na massagem e no pastel de feijão que ajudam à recuperação!

Words don't come easy... But smiles do!


Este Smile não foi pela medalha, é dedicado à minha equipa de amigos Xmile Cycle Team, que por esta hora estava a terminar uma maratona de Spinning de 24h non-stop para ajudar o Tiaguinho.

Eles e o Tiago são os verdadeiros heróis, nós por cá só brincamos aos atletas...

Bem haja a solidariedade e a amizade de gente bonita, que torna este mundo mais bonito!

Obrigada equipa e Parabéns Garmin Olímpico de Oeiras!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

6º Memorial Bruno Neves: Póvoa de Varzim - Alto da Senhora da Graça no DIA DA MÃE

Foi no dia 11 de Maio de 2008 que o jovem ciclista (26 anos) Bruno Neves, da LA/MSS, sofreu um ataque cardíaco em cima da bicicleta durante o Grande Prémio de Amarante. O que aparentava ser uma queda grave, escondia afinal uma paragem cardíaca...


Desde então que se realiza, em sua homenagem, um Memorial, constando da ligação em bicicleta desde a Póvoa de Varzim ao mítico alto da Senhora da Graça, passando por Mondim de Basto, local onde também é costume terminar uma das etapas da nossa Volta a Portugal em Bicicleta.

O evento contou com cerca de 350 ciclistas à partida, um pelotão imenso a abrilhantar e a colorir as estradas da região, sempre em grupo compacto até Mondim, com uma escolta irrepreensível da GNR, estradas cortadas onde era preciso e todas as condições para que não acontecesse qualquer incidente.

A Senhora da Graça é um marco no percurso de qualquer cicloturista, e era algo que desejava fazer desde há algum tempo, embora nada tivesse feito até hoje para lá ir. Mas cada vez mais me convenço que as oportunidades aparecem nas alturas certas, e com as pessoas certas...

O que mais atrai na subida à Sra. da Graça é mesmo o aspecto do Monte Farinha, onde está localizado o topo conhecido como Sra. da Graça. Este Monte é algo de impressionante e imponente ao longe... é enigmático, atrai... é como um chamamento a que nenhum "aspirante" a ciclista consegue ficar indiferente... É uma espécie de Mont Ventoux à portuguesa!


Para lá chegar, foi preciso pedalar 108 kms, desde a Póvoa de Varzim, uma cidade lindíssima do norte do país, que merece certamente uma visita, pela sua bela Marginal, como poucas, e pelo seu extenso areal. O calor que se fez sentir neste fim de semana convidava à praia, mesmo sendo o Atlântico bastante frio por aqui...

Em 350 participantes, havia... 8 meninas! Cheguei em 2º lugar lá acima... Se isso me deixa mais feliz?? Nem por isso...

O que me deixa feliz é ter lá ido. Porquê?? Porque está lá!

O que me deixa mais feliz é ter passado um fim de semana 5*, com a companhia certa;

O que me deixa feliz é partilhar momentos destes com quem me entende, em perfeita sintonia; é conhecer pessoas que de outra forma não conheceria; é ter ido saborear a genuína Francesinha poveira com novos amigos, em ambiente irrepetível, por entre gargalhadas e verdadeira pronúncia do Norte!


Feliz de quem faz o que gosta, e feliz de quem aceita isso em si próprio e nos outros!

E o registo para a posteridade fica na foto, mas fica para sempre na alma, no coração e nas pernas!


No DIA DA MÃE subi à Sra. da Graça... Se eu podia ter prescindido de lá ir para estar com a minha Mãe? Poder podia, mas não seria a mesma coisa... porque as Mães o que querem é ver os filhos felizes... e se eu estou feliz, ela também está!

JUST DO WHAT YOU LOVE!